2012 Abr. 26 - Homenagem a Melo Antunes

Homenagem a Melo Antunes -

Capitão de Abril

com a presença de

Maria Teresa Alves

Vasco Lourenço

Fernando Melo Antunes

Vasco Vieira de Almeida

e

Canções de intervenção

Vitor Sarmento

 Cravos de Abril no Santiago Alquimista

 Trata-se de uma singela mas justa e sentida homenagem a Ernesto Melo Antunes um dos mais influentes capitães de Abril a quem muito se ficou a dever especialmente no plano teórico na fundamentação da acção após a revolução

 Pormenor dos preparativos para o

buffet d'iguarias que se seguiria

 Adolfo Gutkin faz a apresentação dos ilustres oradores que cordialmente acederam a participar nesta sessão de homenagem a um revolucionário lúcido, patriota e corajoso mas, tantas vezes, incompreendido

 A mesa repleta de amizade, carinho e também saudade

 Vasco Lourenço, seu camarada de armas, sublinhou as suas qualidades e carácter destacando o nível intelectual que marcou profundamente a acção na intensa luta política que se seguiu ao triunfo da revolução.

 Como um dos principais teóricos do movimento, foi o autor de importantes documentos que ficaram para a histório como contributo para a estruturação das reformas que sabia indispensáveis. Coordenador da equipa que redigiu o programa do Movimento da Forças Armadas, foi autor de importantes documentos  de que se destaca o chamado "Documento dos nove", o "Programa económico e social" para o governo de Carlos Fabião (que não chegou a concretizar-se), o "Plano de acção política".

A sua acção política foi intensa designadamente como minstro dos Negócios Estrangeiros, na Comissão Constitucional que antecedeu o Tribunal Constitucional, na UNESCO onde poderia ter ascendido a Director-Geral não fora os ventos políticos de então estarem já focados noutra direcção...

 Maria Teresa Alves, leu emocionada um tributo à memória do amigo a quem reconhecia qualidades invulgares também admiradas pelo seu marido, Vitor Alves. 

Não conseguiu desligar a sua evocação do

 " ...sonho que comanda a vida..."

Vasco Vieira de Almeida confessou a dificuldade em conciliar o nosso tema global "Banalidades" com a evocação de uma figura como a do seu amigo Ernesto, tudo menos "banal"...

O que se seguiu foi uma verdadeira lição de história, a sintese inultrapassável de uma figura tão densa e completa como foi a do homenageado; descreveu a estrutura do seu pensamento muito à frente (como se diria hoje) de correntes que posteriormente se afirmaram na cena política. Contudo manteve sempre presente a importância da construção do futuro pelo próprio homem, longe das amarras de ideias preconcebidas ou de qualquer totalitarismo.

Para ele, a luta por uma melhor sociedade não passava apenas, nem principalmente, pela "guerra" da economia...

Foram antológicas as palavras finais do orador sobre as actuais manifestações de cobardia, nas suas várias formas, em contraste com a coragem que Melo Antunes sempre irradiou

Fernando Melo Antunes, irmão do homenageado, falou visivelmente emocionado pelo momento e muito especialmente pelas palavras da sua amiga Maria Teresa Alves; sublinhou a importância de um conceito estranho, "o comércio intelectual" que, no seu caso, apresenta balanço negativo em relação ao irmão...

Fernando, alguns anos mais novo que o irmão, Ernesto, destacou a sua dimensão intelectual e o seu genuino respeito por ideias diferentes das suas

No final, o debate nem se justificava perante o consenso total pelas ideias expostas mas Gutkin realçou a importância desta evocação num momento em que os cidadãos parecem demitir-se de uma intervenção cívica esclarecida.

Por fim, Vitor Sarmento lembrou-nos "velhas" canções de intervenção de José Mário Branco, Zeca, Adriano, António Macedo...

...e a "pedra filosofal", de Manuel Freire, que dificilmente se cantaria em sítio mais apropriado do que no "Santiago Alquimista"

Talvez os cravos se espalhem e divulguem...


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Até à próxima sessão das Banalidades!

a

10 de Maio
com

JORGE LISTOPAD

"CONTRA - TEATRO"