quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

2012 Dez. 13 - João Ferreira do Amaral

No Santiago Alquimista
 
 
 
"O FUTURO DA UNIÃO EUROPEIA"

conferência de


JOÃO FERREIRA DO AMARAL
 


 
Correspondendo cordialmente ao convite da tertúlia das "Banalidades"
o Professor João Ferreira do Amaral falou sobre o futuro da União Europeia
 na forma esclarecida e simples que lhe é peculiar
 
 
Adolfo Gutkin dá início â Conferência
 
 
O orador foi apresentado por António Correia que salientou o prestigio de João Ferreira do Amaral e o brilhantismo de uma carreira dedicada ao ensino da economia mas com intervenções valiosas também na sociedade. Aliás. deu-se a circunstância de esta Conferência se verificar na véspera da homenagem que a sua faculdade de sempre, o ISEG, lhe prestou a propósito da sua aposentação.

 
Bem disposto, Ferreira do Amaral inicia a palestra
 
Desde a criação da CEE,
a Europa mudou, e para pior...
 
 
O principio da igualdade, original e genial, está subverido
e a Alemanha assume o papel de potência dominante
após a reunificação
 
 
A moeda única, imposta como contrapartida da reunificação,
veio afinal servir os designios da potência dominante
 
 
Ao invés da convergência esperada, acentua-se o fosso
entre o grupo de paises com economias mais fortes
e os países de economia mais frágeis
 
 
A moeda com cotação elevada, é essencial à expansão das economias competitivas mas um obstáculo poderoso para as outras economias estruturalmente desequilibradas que entraram em perda desde os anos 90
 
 
Esses desequilibrios foram mascarados pela disponibilidade de crédito fácil. Défices sucessivos originaram crescimento galopante das dívidas externas tornando inevitáveis crises financeiras e económicas a prazo.
Sem a possibilidade de emitir moeda, os estados correm o risco da bancarrota e ficam reféns dos mercados financeiros.
Entretanto, a estrutura produtiva dos paises menos competitivos desarticula-se e assiste-se ao desmantelamento da indústria,
 ao abandono da agricultura e das pescas.
Torna-se evidente a ausência de condições para o prosseguimento do projecto europeu nos actuais termos sendo cada vez mais provável a desagregação da zona euro, seja com a saída "controlada" de alguns paises,
com a saída da Alemanha
ou, ainda, com a criação de dois euros.
 
 
A clareza da exposição proporcionou um debate intenso em que se notou a preocupação dos assistentes face a questões concretas.
Ferreira do Amaral teve então oportunidade de esclarecer o seu conceito de "saída ordenada" que entende se devia equacionar no nosso caso.
 
 
A definição de um período transitório, a garantia da manutenção do contravalor em euros dos montantes em depósito na data da "saída" e a desvalorização gradual da moeda até ao valor considerado adequado à retoma da economia através do acréscimo de competitividade, são aspectos da saida ordenada. Nesse processo devem também empenhar-se as instituições europeias
 em apoio às autoridades nacionais.
 
 
A existência de "dois euros"  ou a coexistência de duas moedas num mesmo estado são soluções que Ferreira do Amaral não considera adequadas.
Apesar de considerar desejável que Portugal se mantenha na União Europeia, entende como inevitável a saída da zona euro.
A ausência de um debate sério e profundo na sociedade sobre este aspecto fundamental, vai adiando o problema mas conduzirá ao "apodrecimento" da situação até ao momento em que explode descontroladamente (à semelhança do que se passou nos anos setenta com a descolonização).
 
 
Uma eventual saída exige uma liderança eficaz
e com sensibilidade social,
eis a questão que o orador deixa a finalizar.
 
 
***
 
 
Seguiu-se o habitual "buffet d'iguarias" em ambiente um pouco mais preocupado, face à natureza das questõess analisadas na palestra.
 


Já "à mesa", os participantes rodearam Ferreira do Amaral
tentando esclarecer todos os aspectos de um tema tão importante.
 

 
 Pode dizer-se que encerrou com chave de ouro  o ciclo de conferências de 2012 com a presença de uma figura marcante da economia em Portugal.
 
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

2012 Dez.13 - O futuro da UE

 
Tertúlia das Banalidades
no
Santiago Alquimista
 
***
 
13 de Dezembro 18h30 
 
Conferência
 
de

João Ferreira do Amaral
 
"O futuro da UE"
 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

2012 Nov. 22 - Os Lusitanos

Conferência na Tertúlia das Banalidades
 
"Os Lusitanos: Mito e conflitos"
 
por
 
José Pacheco
 
e
 
homenagem a
 
Manuel António Pina
 
pelo
 
Grupo de Teatro do IFICT
 
 
 
 


Adolfo Gutkin apresenta José Pacheco... 

...e, lembrando as anteriores intervenções de José Pacheco,
considera "Os Lusitanos" como a ponte perfeita
entre as águas e o prepúcio
 
 "Nada" se sabendo em rigor sobre os lusitanos, as primeiras referências
remontam ao sec II AC localizando-os numa extensa faixa entre os rios
Tejo e Douro avançando pela actual extremadura espanhola.
Durante séculos foi ignorada a sua influência na geneologia dos portugueses surgindo apenas no renascimento alusões a esse "conceito"
com Garcia de Resende e Camões com "Os Lusíadas"
 
 
 Pouco "prestigiados" na cultura do sec XIX (tanto Alexandre Herculano
como Oliveira Martins desvalorizam a sua influência nas nossas raizes)
acabam por emergir no nosso imaginário arrastados pela criação
do chamado "cavalo lusitano" declarado como "raça oficial".


Das poucas referências que existem sobre características dos lusitanos, conhecem-se relatos de romanos que se lhes referiam como um povo de "bárbaros, ingénuos e comedores de bolota..."
(haverá razão para dúvidas sobre a ligação aos portugueses...?)
  
 
A cereja no topo do bolo é terem sido considerados
como dando excelentes escravos...!
Curioso é que já os romanos procuravam na "Lusitânia"
produtos de grande valor tanto no subsolo (metais valiosos)
como o  que hoje chamaríamos de
produtos gourmet (peixe salgado, pistachos...)
 
 
Da bibliografia citada por José Pacheco destacam-se
"Os Lusitanos no tempo de Viriato" de João Luís Inês Vaz
e o "Livro das grandezas de Lisboa" de frei Nicolau de Oliveira. 

***
Em resumo, os "Lusitanos" podem considerar-se
uma boa invenção do renascimento. Mito ou realidade, o português trivial gosta de se ver retratado nesses guerreiros destemidos e rijos, habitando as serranias e pondo a cabeça em água ao invasor que, romano ou saxão, nunca compreende as fantásticas idiossincrasias deste povo...

Segundo a lenda,Viriato, o seu grande leader,
terá casado com uma rica herdeira alentejana.
Que português de gema desdenharia tal reforma...?

Tal como em relação aos gauleses, não é difícil imaginar
o desespero dos romanos a gritar
 
"...estes lusitanos são loucos!"
 
***

Homenagem a
 
Manuel António Pina
 
por
 
Olga Gamito & José Gil
 
do
 
Grupo de Teatro do IFICT
 
 

 
Seguiu-se uma sentida homenagem a Manuel António Pina,
 assinalando o seu recente desaparecimento.
Olga Gamito e José Gil
 leram algumas das suas mais belas poesias
 


 
...e, finalmente, o fabuloso
 
 buffet d'iguarias
 
da
 
 tertúlia das Banalidades







 
Com o espírito e o estômago reconfortados,
os tertulianos dispersam e preparam-se para nova conferência,
 
13 de Dezembro
de
 
João Ferreira do Amaral
 
sobre
 
"O futuro da UE"
 
 
 
 


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

2012 Nov. 8 Ópera II

 
"ÓPERA II 
HOJE SÓ CANTAM ELES"
 
conferência de
 
José Pires Reis
 
Depois de há cerca de um ano nos ter mostrado como a ópera é a arte do excesso numa abordagem às fantásticas vozes femininas,
José Pires Reis deu-nos agora a perspectiva do canto masculino em mais uma magnífica sessão das "Banalidades"
 
 
 Frei Tiago convida e lá ao fundo
espreita a música de Wagner
 Magnífica peerspectiva da sala Hamlet
bem animada
 Preparativos à volta da mesa d'iguarias
 Pensadora
 Tudo a postos para a sessão
 José Pires Reis
reincide à volta da Ópera

 Ao contrário da "arte de governar" que produz monstros (Saint-Just),
a ópera é a arte total, espectáculo completo
capaz até de efeitos terapêuticos
 A extraordinária Callas cuja voz lhe permitia
fazer três oitavas
(a única a consegui-lo)
Na sua reentrada após o período"Onassis"
Callas em 64 teve memorável interpretação na Tosca
Scarpia "assassinado"
Momentos de maior liberdade sensual
Classificação das vozes


O confronto das vozes masculinas e femininas
Contra-tenores os modernos "castrati"
 (sem o serem...)
Bem, alguns parecem...
Mesmo quem não seja um seguidor atento de ópera
apercebe a superior capacidade de Pires Reis a falar do tema 

Até nas vozes há diferenças marcantes

O grande Pavaroti
Os bons, os maus e o excepcional conhecedor
Não era o Scala de Milano, mas não desmerecia...

Efeitos especiais...
Ambiente acolhedor na sala Hamlet



 Um dos heróis da ópera dos nossos dias
 
Exemplo superior de alguém
que vive a ópera com intensidade e prazer


Após tratar da alma,
o convívio à volta da "mesa d'iguarias"
Uuuhhhmmmm...
A tertúlia das banalidades
alimenta o espírito e a boca...



 
E pronto, esperamos pela próxima "Banalidade"
 
já a 22 de Novembro
 
“LUSITANOS:
MITO  E  CONFLITOS” 
 
por 
 
José  Pacheco